No começo desta semana, foi divulgado a paralisação nos testes de uma potencial vacina contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Agora, mais detalhes sobre o que aconteceu na fase 3 dos testes clínicos do imunizante contra a COVID-19, desenvolvido em parceria coma Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca, são divulgados. A voluntária que apresentou reação adversa grave é mulher.
Outro fato importante é que a voluntária estava no grupo que, de fato, recebeu a vacina contra a COVID-19 em testes, ou seja, não era um placebo (uma fórmula sem ação ligada ao coronavírus). De acordo com o site Stat News, essas são declarações do próprio CEO da farmacêutica, Pascal Soriot, feitas durante uma conferência privada com investidores.
No entanto, ainda são se sabe se a reação adversa foi desencadeada ou não pelo imunizante. É possível que o problema neurológico registrado, a mielite transversa, tenha sido causada por outro fator externo a essa fórmula. A mulher já teve alta e passa bem. Os detalhes definitivos sobre o caso só serão divulgados após a revisão do estudo que está sendo feita por um comitê independente.
Mesmo que a possível reação adversa ligada ao imunizante e a paralisação da pesquisa possam causar surpresa, na quarta-feira (9), o secretário de saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que a suspensão dos testes da vacina de Oxford, anunciada na terça, não foi a primeira ao longo do projeto contra a COVID-19.
No Brasil, a assessoria farmacêutica confirmou o fato de que a voluntária pertencia ao grupo que recebeu a fórmula da vacina, em testes, mas não detalhou o perfil da participante por questões de confidencialidade.
Testes da vacina contra a COVID-19 no Brasil
Por enquanto, os testes com vacina de Oxford estão suspensos em todo o mundo, inclusive no Brasil. No país, cinco mil pessoas receberam o imunizante contra a COVID-19 e, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que coordena a pesquisas, não houve nenhum registro de reações graves à imunização.
Além disso, o Ministério da Saúde e a farmacêutica estão acordados para que o imunizante seja produzido no Brasil, caso haja a aprovação em todas as etapas dos estudos clínicos. Inclusive, a fabricação seria possível a partir de um programa para transferência de tecnologia com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).