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Projeto da Nova Ferroeste avança e pretende revolucionar o setor de transportes e logística de MS

Caminhando a passos largos, o projeto da Nova Ferroeste que vai ligar Maracaju ao Porto de Paranaguá teve novo avanço, com a apresentação nesta segunda-feira (22) do estudo preliminar de demanda e traçado do empreendimento, que foi entregue pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior, ao governador Reinaldo Azambuja.

A reunião de trabalho ocorreu no gabinete do governador, tendo a participação das duas equipes, onde foram apresentados os dados de viabilidade econômica do projeto, que tem previsão de 1.285 quilômetros de extensão (malha ferroviária), com a inclusão da construção de uma nova ferrovia entre Maracaju e Cascavel, um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá.

Os dois estados (Mato Grosso do Sul e Paraná) trabalham em conjunto neste momento para viabilizar os estudos econômicos, técnicos e ambientais, para que haja a concessão deste projeto à iniciativa privada, em leilão na B3, até novembro de 2021. A empresa vencedora do certame vai construir esta nova malha ferroviária.

“Nós temos alegria enorme de estar nesta manhã com o governador Ratinho Júnior, em um projeto estruturante que vai revolucionar o Centro-Oeste, Paraná, Paraguai, Bolívia, e toda nossa região, competitividade, diminuição de custo, melhoria do transporte, que é a nova Ferroeste, que é um sonho de Mato Grosso do Sul e Paraná, que está caminhando a passos largos”, descreveu o governador Reinaldo Azambuja.

O governador destacou que o trabalho tem se desenvolvido de forma conjunta e que a concessão da nova ferrovia à iniciativa privada será fundamental para o fortalecimento da logística e economia dos dois estados. “Teremos em breve o dia que vamos bater o martelo na B3 (Bolsa de Valores). As equipes estão sintonizadas, para desenvolver este projeto que vai promover uma revolução na logística ferroviária em todo Brasil”.

Ratinho Júnior, governador do Paraná, também diz estar muito confiante no desempenho do projeto, que segue com cronograma em dia e em breve estará ponto para o leilão na Bolsa de Valores. “Será feito um grande corredor de exportação do Mato Grosso do Sul ao Paraná. Este sonho existe há muitos anos, mas tecnicamente nunca foi feito um projeto com um estudo técnico mais aprofundado”, observou.

Ele citou que os estudos em desenvolvimento seguem toda a preocupação com o meio ambiente, para que seja feito um “traçado” correto, com menor impacto possível à natureza. “Agora seguimos com empenho, vontade política e neste trabalho que vai ajudar a economia e gerar mais empregos aos dois estados”.

O secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, destacou que houve avanços no projeto e que a nova ferrovia será muito importante para o Estado. “Ela (Ferroeste) vai sair de Maracaju até o Porto de Paranaguá, trazendo redução de custo para toda região do município, assim como Dourados e Amambai, sendo um eixo logístico importante para o Estado, gerando mais empregos, renda e aumento da atividade produtiva. A reunião de hoje (22) foi muito produtiva”, avaliou.

Estudo técnico

O estudo preliminar da demanda e traçado da Nova Ferroeste foi apresentado, durante a reunião, pelo Coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes. Entre os pontos principais citou que Mato Grosso do Sul terá uma redução de 32% de custos no transporte da sua produção, utilizando a nova malha ferroviária.

“Será o mais beneficiado (Mato Grosso do Sul), pois quanto mais distante do porto, mais rentável será a utilização da malha, o que permite ao setor (produtivo) investir mais, gerar mais empregos e ter um ambiente econômico mais favorável”. Ele destacou que o Estado tem mais potencial de expansão (produção), entre os demais.

No primeiro ano a área de atuação da ferrovia estaria produzindo 54 milhões de toneladas, e a nova ferrovia iria movimentar 64% destes produtos. “Caracteriza como um corredor de exportação e importação”, disse Fagundes.

Sobre o traçado, se reduziu a distância de 1.370 km para 1.285 km, além de diminuir a passagem de três para apenas uma comunidade quilombola e (comunidade) indígena de sete para cinco. Ainda citou que o novo transporte vai reduzir acidentes nas rodovias, melhorar a mobilidade urbana, redução de emissão de gases. “Se chegar com 100 vagões no Porto Paranaguá, retira 400 caminhões das estradas”.

Viabilidade

O titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, ressaltou que a intenção agora é terminar todos estudos, definir o investimento mínimo para a concessão a iniciativa privada e levar a proposta a leilão.

“A empresa que assumir (projeto) vai operar a malha de Guarapuava até Cascavel e construir a malha de Cascavel até Maracaju. Todo investimento será privado. Para conseguir chegar a esta concessão estamos fazendo uma série de estudos, hoje foi entregue a fase 2, que é o relatório parcial de estudos de demandas”, explicou Verruck., explicou Verruck.

Ele destaca que será o maior investimento no setor ferroviário do Brasil. “Para uma ferrovia ficar em pé precisa saber se tem volume de carga suficiente e isto foi comprovado. Um projeto nacional que traz melhorias do sistema logístico de forma vital para Mato Grosso do Sul.

O governador Reinaldo Azambuja ainda aproveitou a solenidade para assinar a criação de um grupo de trabalho, que terá a participação de diversas secretarias e instituições, para discutir os projetos de ferrovias para Mato Grosso do Sul. “Além da Ferroeste, ainda iremos tratar da Malha-Oeste e da Ferronorte”, descreveu Verruck.

Além do governador Ratinho Júnior e sua comitiva, participaram da reunião os secretários Eduardo Riedel (Infraestrutura), Jaime Verruck (Semagro) e Sérgio Murilo (Governo), além do secretário de Transportes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Thiago Caldeira.

 

 

Foto: Chico Ribeiro