A Polícia Civil indiciou nesta sexta-feira (11) seis pessoas pela morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, cliente negro que foi espancado por seguranças de uma loja do Carrefour em Porto Alegre, no dia 19 de novembro. Todos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado.
Entre os seis estão o ex-PM temporário Giovane Gaspar da Silva e o segurança Magno Braz Borges, que foram fimados agredindo Betos, e a agente de fiscalização Adriana Alves Dutra, que acompanhou toda a ação e ainda tentou impedir que um funcionário registrasse a cena com o celular.
Os seguranças foram presos no dia do crime, enquanto Adriana foi detida cinco dias depois. Segundo os políciais, os outros três homens indiciados também são funcionários da loja e dois deles tiveram participação menor no caso.
De acordo a polícia, que deu coletiva de imprensa no Palácio da Polícia, sede da Polícia Civil de Porto Aelgre, o inquérito foi concluído hoje e encaminhado à Justiça. Foram ouvidas mais de 40 pessoas durante o processo.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Militar gaúcha, o espancamento começou depois de um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do mercado, localizado na zona norte da capital gaúcha. Segundo a polícia, a vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança. Há, no entanto, outra versão de testemunhas que alegam que a vítima foi perseguida no estabelecimento.
Segundo a esposa dele, Milena Borges Alves, 43, o casal foi ao supermercado para comprar ingredientes para um pudim de pão e adquirir verduras. Ela conta que ficaram poucos minutos no Carrefour e que Beto saiu na frente em direção ao estacionamento. Ao chegar ao local, Milena se deparou com o marido se debatendo no chão. Ele chegou a pedir ajuda, mas a esposa foi impedida de chegar perto dele.
O caso aconteceu no dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra.
As imagens da agressão foram gravadas e viralizaram nas redes sociais. Internautas revoltados pediam punição ao Carrefour. A gravação mostra Beto desferindo um soco no PM temporário, o que é seguido por chutes, pontapés e socos do segurança e do PM temporário.
A maior parte das imagens mostra a imobilização com uso da perna flexionada do segurança sobre as costas de Beto. O Samu foi acionado, mas Beto não resistiu às agressões.