Economia

Para Longen, devolução da MP do Fim do Mundo é vitória para o setor produtivo

A devolução de trechos da Medida Provisória que alterava regras tributárias foi comemorada pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen. Em entrevista à rádio CBN Campo Grande, nesta quarta-feira (12/06), o líder empresarial elogiou o empenho do Congresso Nacional e destacou a pressão sobre os parlamentares exercida pelas entidades do setor produtivo nacional, que culminou com a devolução da medida ao governo federal.

Na visão do líder empresarial, se o governo federal precisa de mais recursos, deve promover o corte de suas despesas e não onerar o já sobretaxado setor produtivo.

“Recebemos surpresos a ação criada pelo governo federal de mandar a MP sem negociar com ninguém. Algo que impacta a produção brasileira, tanto que foi considerada a ‘MP do Fim do Mundo’. Foi algo muito difícil de receber, até porque aprovamos recentemente a reforma tributária, que precisa ser regulamentada e ajustada. Entendo que o governo federal precisa rever seus gastos. Se isso não acontecer, não existe imposto no mundo que cubra as despesas federais”, disse Longen.

De acordo com projeções do setor industrial, caso a MP continuasse em vigor, o impacto nas contas do setor produtivo seria da ordem de R$ 30 bilhões já em 2024, e de até R$ 60 bilhões em 2025. O aumento da carga tributária seria repassado ao consumidor final, com potencial de repercutir nos índices de inflação.

Questionado sobre o papel da bancada federal sul-mato-grossense nas negociações, Longen reconheceu a ajuda dos parlamentares.

“A bancada federal tem nos ajudado. No caso da MP 1227, o trabalho da senadora Tereza Cristina foi gigante. Ela participou de reunião com o ministro Fernando Haddad e nos representou enquanto setor produtivo, demonstrando sua posição de maneira muito importante. Cada membro da nossa bancada pressionou seus líderes e o presidente de cada casa legislativa, o que permitiu que tivéssemos uma vitória”, concluiu o presidente da Fiems.

Desempenho industrial

Entre outros assuntos abordados na entrevista, Longen destacou o bom momento vivido pela economia de Mato Grosso do Sul, com anúncios da ordem de R$ 30 bilhões em investimentos privados para os próximos anos. Nas próximas semanas, segundo o presidente da Fiems, deve ser anunciada a implantação de uma nova atividade agroindustrial na região norte do Estado, com potencial para gerar muitos empregos e diversificar a matriz econômica.

Como reflexo dessa fase promissora, o líder empresarial mencionou a recente participação de Mato Grosso do Sul em eventos empresariais em Nova York. O MS Day, realizado em maio nos Estados Unidos, representou uma oportunidade única de apresentar a investidores globais as potencialidades do Estado e os projetos de atração de novos negócios.