Maria Aparecida Gimenes de Souza esteve ao lado do esposo Nelson na luta contra câncer de pulmão, mas, infelizmente, ele faleceu. Mãe de três filhos, a dona de casa, mesmo em meio ao luto, teve de retomar sua rotina e resolveu começar por um checkup. E para surpresa da família, deu positivo para câncer de mama. “Mal tinha enterrado meu marido, eu descobri o câncer. O diagnóstico confronta uma série de sentimentos no caminho do enfrentamento da doença que ameaça a vida”, relatou.
Além das repercussões emocionais, Maria Aparecida enfrentou um tratamento longo e invasivo. Diante do espelho, ela viu sua imagem modificar com a retirada de parte das mamas e a pele escurecer com a radioterapia. “Diante de um inesperado diagnóstico de câncer de mama, vários sentimentos extravasam. No entanto, junto com esse turbilhão de emoção vem uma motivação, que encontrei em Deus, nos meus filhos, nos meus netos e nas minhas netas. Neles surgiram a coragem e a força para me tornar guerreira e buscar a cura”, disse.
O diagnóstico positivo para câncer foi impactante para os três filhos, que não conseguiram passar pelo luto do pai, pois tiveram que dar força e ânimo para a mãe. “Com o fechamento do diagnóstico, tivemos de levantar a cabeça e encarar com ela o tratamento. Cuidamos com muito amor, em nenhum momento ela ficou sozinha. Lembro-me das sessões de radioterapia, eu sempre estava a postos com o guarda sol aberto, para que as queimaduras não se potencializassem pela luz solar”, afirmou a filha Ana Paula.
Maria Aparecida superou com êxito os tratamentos e está curada. A cada seis meses, ela retorna à oncologista para manter o checkup em dia. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020-2022 a estimativa é de 66.280 novos casos no país. O risco estimado é de 61,61 casos por 100 mil mulheres.
O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz contribuem substancialmente para o aumento da sobrevida do paciente e redução da mortalidade. Essa é a razão da existência da Lei Estadual 4.541/2014, que instituiu o mês Outubro Rosa, dedicado a ações preventivas à integridade da saúde da mulher no Estado de Mato Grosso do Sul.
O movimento conhecido como Outubro Rosa promove a conscientização da doença e compartilha informações sobre fatores de risco, proteção, medidas preventivas e meios de acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento. O mês é marcado pela realização de ações e campanhas de divulgação, com foco especial nas mulheres. O laço cor-de-rosa, símbolo da prevenção ao câncer de mama, simboliza a luta.
O Inca considera os seguintes sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama:
*Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos.
*Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual.
*Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade.
*Descarga papilar sanguinolenta unilateral.
*Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos.
*Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral.
*Presença de linfadenopatia axilar.
*Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja.
*Retração na pele da mama.
*Mudança no formato do mamilo.
Serviços
Entre os dias 5 e 31 deste mês, o Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão vai oferecer 80 mamografias por dia e de graça. Serão distribuídas senhas de segunda a sexta-feira (exceto feriados), a partir das 6h. O hospital fica na Rua Marechal Rondon, 1053, no centro de Campo Grande.
O Hospital de Amor de Campo Grande também desenvolve diversos projetos que visam oferecer excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. O instituto conta com uma unidade fixa e uma unidade móvel de prevenção, onde são realizados exames de mamografia e Papanicolaou.
O hospital está localizado à Avenida Vereador Thyrson de Almeida, 3103, Bairro Aero Rancho. A mamografia é recomendada a mulheres com 40 anos ou mais anualmente. Enquanto o Papanicolau é indicado para mulheres com vida sexual ativa de 25 anos a 64.
Assista à reportagem da TV ALEMS sobre o Outubro Rosa clicando aqui.
O assunto também já foi tema do podcast oficial da ALEMS, intitulado Falando da Casa. A enfermeira Josiane Ribeiro, com 25 anos de profissão, nos contou como é o dia a dia de quem luta contra o câncer. Ela também fez o alerta para a importância da prevenção e do autocuidado. Essa causa é de todos nós! Para ouvir, clique aqui.