Ano especial marca temporada de premiações como a mais disputada das últimas décadas
O ano de 2023 foi, sem dúvida, um marco para o cinema mundial. Após um período de incertezas e desafios impostos pela pandemia, a indústria cinematográfica testemunhou um ressurgimento espetacular da sétima arte, culminando em uma temporada de premiações em 2024 que promete ser a mais acirrada das últimas décadas. Com uma competição intensa e uma qualidade excepcional dos filmes indicados, este ano os holofotes estão voltados para os 10 candidatos ao Oscar de melhor filme, onde pelo menos 8 deles possuem chances reais de levar a estatueta mais cobiçada do cinema.
Entre os favoritos, destaca-se “Oppenheimer”, dirigido pelo cultuado Christopher Nolan. O filme, que narra a vida do cientista que liderou o projeto Manhattan para o desenvolvimento da bomba atômica, não apenas arrecadou cerca de um bilhão de dólares em bilheteria, mas também se estabeleceu como um fenômeno para um filme científico de mais de 3 horas de duração. A obra de Nolan enfrenta uma competição acirrada, especialmente contra “Barbie”, dirigido por Greta Gerwig. Este último, além de ser o filme de maior público em 2023, causou um verdadeiro frenesi, esgotando a tinta rosa no mundo e dominando as redes sociais com suas músicas cativantes, duas das quais despontam como favoritas na categoria de melhor canção original.
A estreia simultânea de “Barbie” e “Oppenheimer” gerou uma rivalidade notável, refletindo contrastes temáticos e ideológicos entre os dois filmes. Enquanto “Barbie” foi aclamado por sua abordagem feminista, “Oppenheimer” exalou a masculinidade típica dos filmes de Nolan. Contudo, “Barbie” não está fora da corrida pela estatueta principal, especialmente se conquistar o prêmio de melhor roteiro adaptado, o que seria uma forma de a Academia reconhecer o trabalho de Gerwig, não indicada para melhor direção.
Ambos os sucessos podem realmente ser surpreendidos por “Pobres Criaturas”, uma obra de romance e ficção científica dirigida por Yorgos Lanthimos e produzida por Emma Stone, que tem sido aclamada por sua atuação, colocando-a como favorita ao prêmio de melhor atriz. Este filme, considerado o anti-barbie por sua abordagem feminista distinta a do filme da boneca interpretada por Margot Robbie, tem capturado a atenção dos críticos e do público.
Outros concorrentes de peso incluem “Assassinos da Lua das Flores”, dirigido por Martin Scorsese, que apresenta atuações notáveis de Leonardo DiCaprio e Robert DeNiro, e poderia levar Lily Gladstone a ser a primeira indígena a ganhar um Oscar. “Anatomia de Uma Queda”, e “Zona de Interesse” também estão fortes na competição, ambos aclamados no último Festival de Cannes, respectivamente, como vencedores da Palma de Ouro e do Grande Prêmio do Júri. Anatomia de Uma Queda é dirigido por Justine Triet, única mulher indicada a melhor direção, enquanto Zona de Interesse, de Jonathan Glazer, é a obra com a temática mais pesada entre todos os indicados.
Este ano, a corrida ao Oscar não é apenas uma celebração do talento e da criatividade cinematográfica, mas também um reflexo da diversidade e da riqueza de temas abordados pela indústria, marcando definitivamente o renascimento do cinema na era pós-pandêmica.