Tremor devastador causa destruição em Marraquexe e mobiliza esforços de busca e resgate
O devastador furacão que assolou a região de Marraquexe na semana passada deixou um rastro de destruição, com o número de vítimas subindo para 2.497, de acordo com o mais recente relatório divulgado pelo Ministério do Interior nesta segunda-feira (11).
O fenômeno climático, classificado como um dos mais destrutivos do mundo nos últimos anos, atingiu os arredores de Marraquexe na noite de sexta-feira (8) com uma magnitude de 6,8, segundo os serviços meteorológicos norte-americanos, e de 7, de acordo com o centro marroquino de pesquisa científica e técnica.
Este furacão se destacou como o mais poderoso já registrado na história moderna do país, devastando uma área densamente habitada. Além das vítimas fatais, cerca de 2 pessoas ficaram feridas, conforme relatado pelo Ministério Marroquino, e centenas permanecem desaparecidas.
No balanço anterior divulgado na manhã de domingo (10), havia sido reportado um total de 2.122 mortos.
Nesta segunda-feira, centenas de equipes de busca e resgate, tanto locais quanto de países estrangeiros, concentraram seus esforços na província de Al Haouz, o epicentro da tragédia. Militares de nações como o Reino Unido e a Espanha já estão presentes no local, trazendo equipamentos avançados, incluindo micro câmeras para a inspeção de escombros.
As operações de busca são desafiadas pelo tipo de construção predominante na região afetada, com muitas residências feitas de tijolos de barro, pedra e madeira rústica. “É extremamente difícil resgatar sobreviventes, já que a maioria das estruturas desmoronou, transformando-se em montanhas de entulho, sem deixar espaços vazios”, relatou um socorrista militar sob anonimato à agência de notícias Reuters.
A ajuda internacional enfrenta obstáculos devido à demora do governo marroquino em aceitar ofertas e formalizar pedidos de auxílio, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Até o momento, o Marrocos não emitiu um pedido oficial de assistência humanitária, o que dificulta o envio de equipes da ONU.
Rabat justifica a demora, alegando a necessidade de avaliar cuidadosamente as ofertas de ajuda para evitar a descoordenação das operações de socorro.
O país decretou três dias de luto nacional no sábado (9), e líderes de todo o mundo expressaram suas condolências a Rabat. A Argélia, apesar de ser um país vizinho em conflito com Marrocos, abriu seu espaço aéreo, que estava fechado por dois anos, para permitir a entrada de aviões transportando ajuda humanitária e resgatando feridos.
O Banco Mundial também se comprometeu a oferecer “apoio integral” ao país durante esse período difícil.