O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta segunda-feira (11), que pretende tomar a vacina contra o novo coronavírus, “de acordo com o planejamento”.
“Dentro da minha vez. Eu sou grupo dois, de acordo com o planejamento. Não vou furar a fila. A não ser que seja propagandística, tá bom”, afirmou o vice a jornalistas, na chegada ao Palácio do Planalto.
Especialistas afirmam que quem já contraiu o novo coronavírus deve se vacinar, já que casos de reinfecção estão sendo registrados em todo o mundo.
Mourão retornou nesta segunda ao trabalho após duas semanas de afastamento devido à covid-19.
“Eu tive três dias de sintomas mais pesados e depois não. Tomei a medicação que é preconizado e a partir do quinto, sexto dia eu estava bem”, disse. O vice-presidente declarou também que, entre os medicamentos, tomou hidroxicloroquina.
Ele também destacou o número de recuperados que tiveram a doença e atribuiu esse resultado à medicina.
“A nossa medicina está salvando mais de 97% das pessoas que são contaminadas. Infelizmente, esse número tem elevado. Eu perdi nesses últimos dias dois amigos de longa data pra essa doença, mas a nossa medicina tem feito um papel muito bom. Quando olha a realidade dos números, existe um número significativo de gente que faleceu, mas nós temos mais de 7 milhões de pessoas que estão curadas.”
A respeito da falta de seringas e agulhas para a vacinação contra a covid, Mourão afirmou que o governo está preparado para iniciar a campanha e que o planejamento não será afetado.
“Eu julgo que o pessoal da Saúde vinha preparando isso aí. Eu desde o ano passado disse que o governo ia adquirir toda e qualquer vacina que fosse certificada pela Anvisa. Ficou aquela discussão e, no final das contas, estão sendo adquiridas as vacinas que vão ser certificadas. Os estados têm material para iniciar a imunização e o governo federal pode fazer uma requisição de seringas e agulhas e completar aquilo que for necessário.”
“DISCUSSÃO POLÍTICA”
Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão também criticou a “discussão política” envolvendo a imunização no país, principalmente entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro.
“Houve, sim, uma discussão política entre o nosso governo e o governo de São Paulo. O Doria avançou o sinal. Ele sempre quis se colocar como se fosse o amigo da ciência e o nosso governo não”.
“Isso leva a uma tensão que não foi boa para ninguém. (…) Em nenhum momento nos negamos a buscar a aquisição da vacina que fosse eficiente e eficaz para a nossa população”, disse Mourão.
Ao ser questionado sobre o argumento de executivos da Pfizer sobre a oferta de 70 milhões de doses ignorada pelo governo, o vice-presidente contou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teria manifestado a ideia de gravar a próxima reunião com representantes da farmacêutica. Segundo ele, o objetivo seria evitar “gerar dúvidas na população”.