O ritmo lento de vacinação contra a Covid-19 na União Europeia tem feito com que habitantes da região viagem até a Rússia para receber a vacina.
Diferente do bloco, na Rússia a vacinação não está mais restrita aos grupos prioritários. Desde o dia 18 de janeiro, para se vacinar na cidade de Moscou basta se deslocar até um ponto de vacinação e receber a dose da vacina produzida no país: A Sputnik V. Não é necessário nem marcar hora, e no final ainda recebe um sorvete de chocolate grátis.
No inicio de dezembro a vacinação no país ficou restrita aos grupos prioritários. Agora, a vacina está disponível para qualquer um, inclusive turistas. O interessado só precisa apresentar um documento de identificação, como por exemplo o passaporte.
Apesar dessa disponibilidade para estrangeiros, esse tipo de turismo da vacina tem atraído principalmente russos que moram no resto da Europa, que retornam ao seu país de origem para receber a vacina, ou estrangeiros que vivem no país.
Na última semana, o prefeito de Moscou anunciou que 400 mil pessoas foram vacinadas na cidade.
“A Rússia tem as melhores vacinas e o melhor remédio”, diz Ekaterina Avonina. A jovem afirma que teve o coronavírus há seis meses, mas não quer ficar doente novamente. Ela nunca teve dúvidas sobre a Sputnik V. “Ontem estive aqui com minhas amigas e vi que elas estavam aplicando vacinas. E vim tomar a minha hoje”.
Josh Lanza, músico americano que vive na Rússia se empolga sobre conseguir tomar a dose da Sputnik. Segundo ele, é um “momento historio e no meio deste belo edifício bem na Praça Vermelha”.
Para George Tewson, britânico que vive em Moscou, a campanha de vacinação abrangente do governo russo não é uma propaganda do governo.
“Uma das formas de sair da situação em que nos encontramos é através de pessoas sendo vacinadas. Então, se você tem a oportunidade de obter a vacina, por que ir em frente?”, diz ele, explicando que recentemente superou suas dúvidas iniciais sobre a Sputnik. “Isso é para meu benefício pessoal. Se eles querem politizar as coisas… bem, é por isso que políticos são políticos”.
Fedor Levkovich-Maslyuk, pesquisador que mora em Paris, foi passar as festas de final de ano em Moscou e aproveitou para tomar a vacina. “É essencialmente a única maneira de frear a epidemia e proteger a mim e às pessoas ao meu redor, e eu tenho uma possibilidade bastante única [em comparação com a UE] de ser vacinado”, diz ele.
“Na França, eu provavelmente teria que esperar até o outono para receber a vacina, então agarrei a chance de pegar a Sputnik na Rússia. Espero que com a vacina eu possa voltar a praticar esportes, bem como um pouco da vida social, e também me preocupar menos em infectar outras pessoas. Eu também me sentirei muito melhor quando souber que meus pais tomaram a segunda dose”, conclui Levkovich-Maslyuk.
*Com informações do G1, Foto: Shamil Zhumatov/Reuter