Saúde

Ministério da Saúde Lança Nova Campanha de Vacinação contra a Covid-19 com Metas Ambiciosas e Novos Grupos Prioritários

Nova Campanha de Vacinação contra a Covid-19 é Lançada pelo Ministério da Saúde

Na noite de sexta-feira, o Ministério da Saúde deu início a uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19. A meta estabelecida é imunizar pelo menos 70 milhões de brasileiros, utilizando as 9,5 milhões de doses atualizadas para a variante XBB da Ômicron, fornecidas pela farmacêutica americana Moderna, que chegaram ao Brasil neste mês.

Em abril, o ministério firmou um contrato com o laboratório para adquirir 12,5 milhões de vacinas. Segundo a pasta, as doses recebidas estão atualmente “em processo de distribuição para os estados, conforme o agendamento com a operadora logística”.

“Muitos estados já começaram a aplicar as vacinas monovalentes XBB. O primeiro lote foi entregue no dia 9 de maio aos estados, que têm autonomia para iniciar a aplicação imediatamente”, informou o ministério em comunicado.

Embora o número de doses adquiridas não seja suficiente para cobrir a totalidade da população-alvo, o ministério afirma que essa “aquisição emergencial” é adequada para abastecer os estados e municípios até que novas compras sejam realizadas.

Quem Pode se Vacinar?

A partir de 2024, a vacina contra a Covid-19 foi integrada ao Calendário Nacional de Vacinação, com alterações nos perfis populacionais contemplados.

Segundo o ministério, as mudanças foram avaliadas pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI) e levaram em conta as recomendações atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a priorização de vacinação para grupos de alto risco e os mais expostos.

A pasta ressalta que os imunizantes disponíveis nos postos de saúde continuam eficazes na prevenção de complicações graves da Covid-19. “Completar o esquema vacinal, incluindo as doses de reforço quando recomendadas, é crucial para evitar casos graves e mortes pela doença”, declarou.

Grupos Prioritários para Novos Reforços

Duas doses anuais da vacina XBB, com intervalo mínimo de seis meses entre elas:

  • Idosos a partir de 60 anos;
  • Imunocomprometidos a partir de 5 anos;
  • Gestantes e puérperas.

Uma dose anual da vacina XBB, com intervalo mínimo de três meses da última dose:

  • Pessoas em instituições de longa permanência e seus trabalhadores;
  • Indígenas, tanto em terras indígenas quanto fora delas;
  • Ribeirinhos;
  • Quilombolas;
  • Trabalhadores da saúde;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Pessoas com comorbidades;
  • Pessoas privadas de liberdade (≥ 18 anos);
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas;
  • Pessoas em situação de rua.

Se a pessoa pertencer a um dos grupos prioritários e já tiver cumprido o intervalo mínimo desde a última dose, ela pode procurar um posto de saúde para receber o reforço atualizado para a XBB.

Para Quem Não Recebeu Nenhuma Dose

Indivíduos que nunca se vacinaram contra a Covid-19, nem com as vacinas originais disponíveis desde 2021, também podem receber a nova dose. O esquema vacinal varia de uma a três doses, dependendo do perfil:

  • De 6 meses a 5 anos: duas doses da vacina XBB, com intervalo de quatro semanas entre elas;
  • A partir de 5 anos: dose única da vacina XBB;
  • Imunocomprometidos a partir de 5 anos: três doses da vacina XBB, com intervalo de quatro semanas entre cada uma.

Críticas Pela Demora na Campanha

A nova etapa de vacinação começou após diversas críticas ao Ministério da Saúde por atrasos na imunização e interrupções nos estados e municípios devido à falta de vacinas.

No início do ano, o ministério havia anunciado que as novas doses, adaptadas para a variante XBB, chegariam em março, mas isso não se concretizou. O contrato com a Moderna foi fechado apenas no final de abril.

A pasta atribuiu o atraso ao inédito processo de licitação com Pfizer e Moderna, um procedimento novo para a aquisição de vacinas desde o início da pandemia:

“Esta é a primeira vez que empresas concorrentes disputam o fornecimento de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Todas as compras anteriores foram feitas sem concorrência. A medida resultou em uma economia de R$ 100 milhões, devido à diferença de preço entre as propostas apresentadas”, explicou o ministério em nota.