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Flordelis canta e aponta tornozeleira eletrônica: ‘Isso não prova nada’

A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) apontou e mostrou a tornozeleira eletrônica enquanto cantava “isso não prova nada” e “o sonho não morreu”, durante um culto religioso, realizado neste domingo (11). Em outro momento, ela afirma que Deus permitiu “a tornozeleira”, batendo na perna em que o equipamento de monitoramento está fixado.

A pastora evangélica é acusada de ser mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho do ano passado, com a ajuda dos filhos.

Na sexta-feira (9), ela se apresentou à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro para colocar a tornozeleira eletrônica após ser intimada pelo Tribunal de Justiça do estado. Horas depois, fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais citando passagens bíblicas e agradecendo àqueles que a defendem da acusação.

No vídeo deste domingo, feito enquanto cantava um louvor composto por ela mesmo, Flordelis levantou a barra do vestido, mostrou a tornozeleira eletrônica e pediu para quem filmava para mostrar o equipamento. A gravação aparenta ter sido feita durante um ensaio do culto, com poucos fieis presentes.

INOCÊNCIA DOS FILHOS

Mais tarde, com banda completa no palco e dirigindo-se à plateia, Flordelis faz uma pregação de superação na qual diz que Deus permite “a tornozeleira”. “Mas Deus permite a chuva, o vento, a prova, a dificuldade, a tornozeleira”, diz, batendo na perna.

Na mesma cerimônia, a parlamentar fez outra fala a respeito do caso. Desta vez, defendendo seus filhos, que também são acusados de participação na trama do homicídio. No total, onze pessoas – quase todos membros da família – foram denunciadas e irão a julgamento.

ENTENDA O CASO FLORDELIS

A deputada, de 59 anos, é acusada de ter orquestrado o homicídio do seu marido tendo como cúmplices sete dos seus quase 50 filhos – naturais e adotivos – além de uma neta, que seria justificado por disputas de dinheiro e poder.

O pastor Anderson levou 30 tiros ao chegar em sua casa em Niterói, região metropolitana do Rio.

O Ministério Público atribuiu o crime às tensões geradas pelo “rigoroso controle das finanças familiares” de Anderson, que impedia um “tratamento preferencial” aos mais próximos de Flordelis. Anteriormente, a mulher – que também é cantora gospel – já havia tentado envenenar a comida e a bebida do marido em pelo menos seis ocasiões, segundo a investigação.

Eleita em 2018 pelo Partido Social Democrata (PSD), permanece em liberdade por causa da imunidade parlamentar.

O corregedor da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), apresentou ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um parecer recomendando o envio do processo de Flordelis ao Conselho de Ética.

O caso foi analisado pelo corregedor após representação feita no fim de agosto pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) contra a deputada, acusada de quebra de decoro parlamentar. A Mesa Diretora da Câmara analisará o relatório e decidirá se envia o caso para o Conselho de Ética da Casa.

 

De: Yahoo, foto: reprodução