Política Segurança

Enlutado com mortes de Policiais Civis, Delegado Wellington reforça a preocupação com a Lei de Abuso de Autoridade

Em vigor desde o começo de 2020, a Lei de Abuso de Autoridade nº 13.869/19 já surte efeitos práticos e nocivos à atividade policial em todo Brasil. Para se ajustar às novas regras, as corporações estão deixando de divulgar fotos, nomes e até mesmo algemar pessoas detidas que ainda não tenham sido condenadas pela Justiça.  Em virtude desta Lei, dois policiais civis tiveram as vidas ceifadas por um homem que estava sendo encaminhado para esclarecimento na delegacia.

Desde o início da tramitação da lei, o vereador Delegado Wellington (PSDB), se posicionou contra a medida, demonstrando preocupação com a atuação das Polícias e até mesmo da imprensa.

“Infelizmente na missão de cumprir o dever de servir e proteger a sociedade, seguindo a lei imposta ao trabalho policial, perdemos dois amigos e excelentes policiais, covardemente assassinados quando conduziam um preso e outro suspeito para a delegacia. O preso com mandado de prisão em aberto devidamente algemado e o suspeito em cumprimento a lei de abuso de autoridade, sem algemas. Sempre alertei para as problemáticas envolvendo essa lei absurda e quem perde com isso é toda a sociedade”, lamenta Delegado Wellington.

Além de tipificar os crimes de abuso de autoridade, a lei estabelece as penas a que estão sujeitos os agentes públicos que a descumprirem. O Artigo 13, por exemplo, veta o uso da força, da violência ou de grave ameaça para obrigar o detento a exibir-se, mesmo que parcialmente, “à curiosidade pública”. Já o Artigo 38 prevê pena de seis meses a dois anos, mais multa, para o agente público responsável por investigação que, antes de decisão judicial, atribuir culpa a qualquer investigado ou denunciado.

Caso – Nesta terça-feira (9), por volta das 17h, os investigadores se deslocavam, no interior de uma viatura descaracterizada da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos – DERF, conduzindo, no banco traseiro, duas pessoas, sendo uma delas um homem de 30 anos, com Mandado de Prisão por Violência Doméstica, e um segundo – Ozeias Silveira de Morais, de 44 anos – conduzido até então como testemunha, motivo pelo qual não fazia uso de algemas, nem tampouco, teria sido submetido a busca pessoal.

Ao parar no semáforo da Rua Joaquim Murtinho, no cruzamento com a Rua Bahia, bairro Itanhangá Park, os Investigadores foram alvejados na região da nuca, sem qualquer chance de defesa. Ozeias Silveira de Moraes levava consigo uma arma de fogo tipo revólver calibre 38, registrada em seu nome. Os dois policiais vieram à óbito no local.

POLICIAIS VITIMADOS:

JORGE SILVA DOS SANTOS

Idade: 50 anos, casado (sem filhos); Policial Civil há 18 anos, lotado na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos – DERF.

ANTÔNIO MARCOS ROQUE DA SILVA

Idade: 39 anos; Pais de dois filhos (2 e 4 anos de idade), casado, Policial Civil há 14 anos, lotado na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos – DERF.