O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (16), em sessão marcada por otimismo no exterior após a divulgação de dados promissores da China e esperanças em torno de uma vacina contra a Covid-19, enquanto, no Brasil, os investidores avaliavam os resultados do primeiro turno das eleições municipais.
A moeda encerrou a sessão com queda de 0,65%, vendida a R$ 5,4380. Na mínima do dia chegou a R$ 5,3648. Com o resultado desta segunda, o dólar passou a acumular queda de 5,23% na parcial de novembro, mas ainda tem alta de 35,62% no ano. Na sexta-feira, o dólar terminou o dia em queda de 0,07%, cotado a R$ 5,4736.
Por aqui, os mercados repercutiam os resultados do primeiro turno das eleições municipais, em meio à percepção de que a discussão de projetos importantes deverá ser retomada depois da conclusão das eleições. “O Congresso volta ao trabalho (mesmo que em ritmo reduzido) com decisões importantes à frente, depois de um primeiro turno de eleição municipal que vinha sendo tratado como uma espécie de marco, a partir do qual as discussões fiscais, incluindo a criação de um novo programa de transferência de renda, poderia caminhar para um desfecho”, disse em nota a XP Investimentos.
A pauta fiscal tem dominado o radar dos investidores locais em meio a temores de que o governo fure seu teto de gastos ao tentar conciliar o financiamento de um novo pacote de auxílio a um Orçamento apertado para 2021. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda que o comportamento do Executivo nesse debate demonstrará se governo continuará liberal, com impacto direto nas eleições de 2022.
Ainda no cenário local, o Banco Central divulgou mais cedo o Boletim Focus, com as previsões dos analistas de mercado para a economia. A expectativa de inflação subiu pela 14ª semana seguida, para 3,25%. Já a estimativa para o desempenho do PIB teve leve melhora, para uma queda de 4,66%.
No exterior, o destaque foi o anúncio da farmacêutica Moderna, que afirmou que sua vacina experimental é 94,5% eficaz na prevenção da Covid-19, com base em dados preliminares de um estudo clínico em estágio avançado. Dados vindos da Ásia contribuíam também para o maior otimismo nos mercados: na China, a produção industrial aumentou mais rápido do que o esperado em outubro e as vendas no varejo aceleraram, conforme ganha força a recuperação da segunda maior economia do mundo da queda provocada pela Covid-19.
Os investidores também comemoraram o estabelecimento de um bloco comercial apoiado pela China que exclui os Estados Unidos. Quinze economias da Ásia-Pacífico formaram o maior bloco comercial livre do mundo no domingo. Dados divulgados mais cedo também mostraram que o Japão saiu da recessão no terceiro trimestre, com crescimento de 5%, com bons resultados da demanda interna e das exportações.
Nos Estados Unidos, a solidificação cada vez maior da vitória eleitoral de Joe Biden colaborava para o enfraquecimento global do dólar, com vários analistas citando uma percepção menor de riscos externos sob um presidente norte-americano mais previsível do que o atual chefe da Casa Branca, Donald Trump.