Economia

Dólar abre a semana em queda, com alívio externo e eleições domésticas no radar

O dólar opera em queda nesta segunda-feira (17), em meio à pausa no movimento global de fuga para a segurança da moeda, enquanto investidores repercutiam o debate presidencial da véspera a menos de duas semanas do segundo turno das eleições.

Às 9h58, a moeda norte-americana caía 0,83%, cotada a R$ 5,2790.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,97%, cotada a R$ 5,3231. Com o resultado, acumulou alta de 2,11% na semana passada, queda de 1,31% no mês e de 4,51% no ano frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?

No cenário local, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 1,13% em agosto na comparação com o mês anterior. Foi o maior tombo mensal desde março de 2021, quando foi registrada queda de 3,6%. O resultado negativo também interrompeu dois meses de expansão do indicador.

Ainda dentro dos dados econômicos, o mercado financeiro reduziu de 5,71% para 5,62% a estimativa de inflação para este ano – 16ª queda seguida da estimativa. Os economistas elevaram de 2,70% para 2,71% a previsão de alta do PIB em 2022. Já a projeção para o dólar para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20, mesmo valor para 2023.

Investidores acompanham ainda os desdobramentos eleitorais à medida que se acirra a disputa entre Bolsonaro e Lula para o segundo turno. No domingo, foi realizado o primeiro debate presidencial após o primeiro turno das eleições.

No cenário externo, investidores avaliam que o Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) precisará continuar firme no processo de aperto monetário para esfriar a economia norte-americana de forma a conter a inflação mais alta em décadas. O Fed já subiu sua taxa de juros em 3 pontos percentuais desde março deste ano.

Essa leitura vem após dados sobre a inflação nos Estados Unidos mostrarem que os preços subiram 8,2% no acumulado em 12 meses até setembro – indicando que a alta dos juros nos EUA deve continuar.

Quanto mais agressivo é o Fed no aumento dos juros, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme investidores redirecionam capital para o mercado de renda fixa dos EUA. Além disso, o aperto rígido do banco central tem levantado temores de recessão, o que vem elevando a demanda pela segurança da divisa norte-americana.

A China decidiu adiar, sem nova data, a publicação de seus dados do PIB para o terceiro trimestre, assim como de outros indicadores econômicos que deveriam ser divulgados esta semana, um dia depois de o Partido Comunista iniciar seu 20º Congresso.