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Cinco revelações da NASA sobre avistamentos de OVNIs

Um comitê da NASA encarregado de investigar objetos voadores não identificados (OVNIs) compilou aproximadamente 800 relatórios, porém, segundo os pesquisadores, apenas uma pequena fração desses objetos foi classificada como verdadeiramente inexplicável. A agência estabeleceu esse comitê no ano passado com o objetivo de explicar seu trabalho relacionado aos chamados “fenômenos anômalos não identificados”. Os OVNIs são definidos como avistamentos que não podem ser identificados como aeronaves ou fenômenos naturais conhecidos do ponto de vista científico.

Avistamento de óvni nos Estados Unidos/ © DEPARTAMENTO DE DEFESA DOS EUA

O comitê, que tem previsão de publicar um relatório ainda este ano, realizou sua primeira audiência pública na quarta-feira, dia 31 de maio. A BBC News compilou algumas das principais revelações feitas pelos cientistas.

Muitos avistamentos podem ser explicados: Sean Kirkpatrick, diretor do Escritório de Resolução de Anomalias (AARO) da NASA, afirmou que recebem de 50 a 100 novos relatórios por mês. No entanto, ele ressaltou que apenas de 2% a 5% desses avistamentos possivelmente anômalos representam o total de seu banco de dados. Durante a audiência, um vídeo gravado por uma aeronave mostrou uma série de pontos em movimento no céu noturno no oeste dos Estados Unidos. O avião militar não conseguiu interceptar o objeto, que na verdade era uma aeronave comercial a caminho de um grande aeroporto.

Alguns avistamentos são mais misteriosos: Um relatório separado do Pentágono, publicado em 2021, revelou que, de 144 avistamentos relatados por pilotos militares desde 2004, todos, exceto um, permanecem inexplicáveis. As autoridades não descartaram a possibilidade de que esses objetos sejam de origem extraterrestre.

Privacidade limita as investigações da NASA: Kirkpatrick explicou que as preocupações com a privacidade têm limitado as investigações da agência. Segundo ele, “podemos apontar o maior aparato de coleta de informações de todo o globo para onde quisermos”, porém, grande parte dos dados está nos Estados Unidos. Ele acrescentou: “A maioria das pessoas não gosta quando direcionamos toda nossa coleta de informações para seu quintal”.

Microondas e ilusões de ótica: Os dados relacionados aos OVNIs geralmente são difíceis de interpretar e podem ser facilmente distorcidos. David Spergel, presidente da equipe da NASA que investiga OVNIs, mencionou um incidente no qual pesquisadores na Austrália captaram uma explosão de ondas de rádio que possuía uma estrutura muito estranha e intrigante. Eventualmente, descobriu-se que os instrumentos sensíveis usados pelos pesquisadores estavam captando sinais de um forno de microondas utilizado para aquecer seus almoços. Além disso, Scott Kelly, ex-astronauta e piloto experiente, relatou uma história de uma ilusão de ótica. Enquanto voava perto de Virginia Beach, seu colega piloto estava convencido de que haviam se aproximado de um OVNI, mas, após investigação, descobriu-se que se tratava apenas de um balão em formato de Bart Simpson.

Estigma e assédio dificultam a pesquisa: Spergel afirmou que os pilotos comerciais relutam em relatar avistamentos devido ao estigma associado aos discos voadores. Ele destacou que um dos objetivos é remover esse estigma, pois é necessário obter dados de alta qualidade para abordar questões importantes relacionadas aos OVNIs. Além disso, alguns cientistas têm enfrentado assédio online em decorrência de seu trabalho nessa área. Nicola Fox, chefe de ciência da NASA, afirmou que o assédio apenas aumenta o estigma, tornando o processo científico significativamente mais difícil e desencorajando outros pesquisadores de estudar esse assunto importante.

Nova era de transparência: Uma das razões pelas quais a reunião de quinta-feira foi notável é a mudança de abordagem da NASA. Durante décadas, a agência espacial desacreditou avistamentos de OVNIs. No encerramento da audiência, os pesquisadores responderam perguntas do público, uma das quais era: “O que a NASA está escondendo?”. Dan Evans, representante da NASA, respondeu que a agência está comprometida com a transparência, sendo esse o motivo de estarem transmitindo ao vivo pela televisão.

Foto: © DEPARTAMENTO DE DEFESA DOS EUA