Internacional

Brasil busca apoio explícito da China para pleito no Conselho de Segurança da ONU durante a Cúpula dos Brics

Na abertura da 15ª Cúpula dos Brics, que está sendo realizada em Joanesburgo, na África do Sul, o Brasil está pressionando por um apoio explícito da China para sua aspiração de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta busca é apontada como uma das condições para a expansão do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como o banco dos Brics.

As discussões iniciais da cúpula estão focadas nas aspirações do bloco e nas estratégias de fortalecimento. Enquanto Brasil, Índia e África do Sul são incisivos em sua demanda por apoio chinês ao pleito de membro permanente no Conselho de Segurança, a China e a Rússia estão exortando os outros membros a acelerar o processo de admissão de novos países candidatos para consolidar o poder do bloco.

Os negociadores brasileiros argumentam que há uma contradição na postura de Pequim, pois esta promove a expansão do grupo dos principais países emergentes sob o argumento de reformas na governança global, mas ao mesmo tempo se opõe a reformas no Conselho de Segurança – uma instituição de governança global fundamental, na qual a China possui um assento permanente.

Entretanto, a China está relutante em conceder apoio ao Brasil devido às aspirações semelhantes da Índia e da África do Sul. A entrada da Índia no Conselho de Segurança poderia encontrar resistência de Pequim, considerando as rivalidades regionais entre os dois países, que incluem disputas em suas fronteiras.

Fontes diplomáticas do Brasil revelaram à CNN que a Rússia, outro membro dos Brics com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, demonstra maior flexibilidade em relação ao pleito brasileiro. O chanceler russo Sergei Lavrov, representando o presidente Vladimir Putin na cúpula, já indicou no passado que Moscou apoiaria a entrada do Brasil no órgão.

Além do apoio chinês para a reforma do Conselho de Segurança, o governo brasileiro está buscando a adoção de critérios claros para a expansão dos Brics antes de anunciar novos países membros. Um desses critérios seria a busca por um equilíbrio regional entre os candidatos ao grupo. Ser membro dos Brics ou do G20 também é visto como um fator positivo nas considerações de Brasília.

Enquanto as discussões se desdobram na cúpula, o Brasil se mantém determinado a assegurar o apoio da China para sua aspiração no Conselho de Segurança da ONU, considerando este um passo crucial na evolução do bloco dos Brics.

 Foto: Marcelo Camargo