Polícia

Bloqueio de rua pela PM marca fim de ato contra assassinato de cliente negro no Carrefour

A Polícia Militar de São Paulo isolou parte da rua Pamplona, na região dos Jardins, e ficou a postos com spray de pimenta impedindo a circulação das pessoas após o encerramento da 17ª Marcha da Consciência Negra, em São Paulo, nesta sexta-feira (20).

Na rua fica um supermercado Carrefour, da mesma rede de supermercados onde José Alberto Silveira foi assassinado por dois seguranças em Porto Alegre (RS) na quinta-feira (19). A caminhada da marcha foi pacífica desde a avenida Paulista, no MASP (Museu de Arte de São Paulo), até a rua Pamplona. Os manifestantes entoavam gritos

por justiça e contra o racismo.

Na entrada da loja, um carro de som parou e a população começou a gritar “Carrefour racista! Carrefour racista!”. Os automóveis que passavam nas ruas próximas fizeram um buzinaço em apoio ao protesto. As portas de acesso à loja estavam abaixadas e, por volta da 18h36, alguns manifestantes entraram na loja. Lá dentro continuaram os gritos de protesto e palavras de ordem.

O Alma Preta transmitiu este momento ao vivo pelo Instagram. Não é possível afirmar que quem começou o quebra-quebra fazia parte do ato ou não. Alguns produtos foram jogados no chão e prateleiras reviradas.

Do lado de fora, foram arremessados objetos e pedras contra as vidraças. Por cerca de 12 minutos ocorreu uma confusão generalizada com jornalistas e funcionários ilhados dentro da loja.

Após as pessoas saírem da loja, o ato foi encerrado e começou a dispersão. Pela primeira vez, em 17 anos, a Marcha do Dia da Consciência Negra não termina nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, a poucos metros da Prefeitura, onde foi fundado o Movimento Negro Unificado (MNU), em junho de 1978.

Em Porto Alegre, cidade onde aconteceu o crime, organizações do movimento negro também se uniram em um ato em frente ao Carrefour Passo D’Areia. Atos também foram registrados em cidades como o Rio de Janeiro.

 

De: Yahoo, foto: Yago Rodrigues/Alma Preta