Durante entrevista dada referente à eleição para presidente do Senado, Nelsinho Trad respondeu alguns questionamentos sobre seu apoio a Roberto Marinho.
Marina Franceschini – Gostaria de Saber por que o senhor declarou voto a Rogério Marinho, sendo Rodrigo Pacheco do seu partido PSD?
Nelsinho Trad – O líder partidário e eu estava na função de líder do PSD, ele passa a ser uma antena parabólica, um para-raio de todos os anseios dos seus liderados, e a partir do momento em que foi estabelecida uma meta de ação e de atuação do líder perante aos candidatos da mesa eu assim o fiz, respeitando de forma muito fiel o desejo e os anseios dos meus colegas. O que aconteceu no meio desse caminho? A gente observou que em função até dessa atitude corajosa que a gente tomou, para fazer com que o PSD, possa não perder protagonismo tanto na chapa de Rodrigo Pacheco quanto na chapa de Rogério Marinho, houve sim um despertado um alerta principalmente por parte do atual presidente Rodrigo Pacheco e eu abro aqui um parênteses para dizer que “ não tenho absolutamente nada pessoalmente contra a sua pessoa, a sua forma de ser, e fizer aqui no senado um retrospecto das pessoas mais educadas, mais amáveis e mais polidas, seguramente o Presidente Rodrigo Pacheco está entre aqueles que despontam. Então eu não tenho absolutamente nada contra ele”. Mas, o partido se viu numa situação em que apesar de ter crescido quase 50%, o protagonismo do partido na chapa desenhada anteriormente dentro de gabinetes e mostrada para nós, fez com que o partido encolhesse, perdesse a sua forma, que no meu entendimento seria muito importante para poder dar um equilíbrio de governabilidade das ações que o Brasil precisa ter, ao passo que a outra candidatura entendeu isso, Rogério Marinho compreendeu isso e deixou os espaços que o PSD, de forma legítima já tinha conquistado antes de ter todos esses senadores, assegurados para a gente poder é mostrar o Brasil o nosso campo ideológico a nossa forma de ser e o nosso pensamento.
Cecilia Flesch – Muitos afirmam o que o senhor disse que o fator Alcolumbre foi o que pesou. O apoio de Alcolumbre explícito, teria provocado certo ciúme dentro do partido já que União Brasil estaria sendo mais beneficiado do que o PSD. Foi por aí mesmo?
Nelsinho Trad- Olha Cecília, Marina e assinantes. Da mesma forma que eu fiz aqui uma analogia sobre a personalidade de Rodrigo Pacheco sendo uma pessoa educada polida, que todo mundo gosta aqui, pode ter certeza que uma companhia mais simpática, mais amável, mais alegre, que tem dentro aqui do senado é a do ex-presidente, atual presidente da CCJ Davi Alcolumbre. Ocorre que essa casa é formada por 81 senadores, cada senador aqui quando chega ele traz consigo uma bagagem, uma história, que vem da sua vida política da sua experiência da sua luta. Eu costumo dizer que o Senado é uma Instituição, formada por 81 instituições, porque cada senador é uma instituição. E aí o que a gente observa é que existe nos postos chaves do senado a permanência dos mesmos de sempre, isso não fica bem para dentro de cada um, muitos não tem coragem de falar o que eu estou dizendo, mas, nós precisamos sim desse revezamento. Eu esperava que a casa pudesse entender isso, e não sujeitar todos nós a essa bola dividida, expondo a canela como nós estamos expondo nos nossos estados, no nosso país para que alguns em que tem problemas paroquiais, regionais ,vão ter que voltar rápido enfiar o voto lá dentro sem precisar mostrar, porque se mostrar sabe que não vai conseguir ir para o aeroporto. Aquele revezamento no atletismo 4×100 m, em que uma equipe harmônica corre com os outros adversários, entrega o bastão para o outro correr, às vezes um corre melhor do que o outro ultrapassa quem ganha é a equipe.
Isso que devia ter sido construído aqui dentro, todos nós aqui temos condições de estabelecer um protagonizou num ponto chave do senado, e o que a gente observa é que desde 2019 até agora, os mesmos estão ocupando os mesmos espaços, e à hora de se romper isso é exatamente agora, porque esses novos que estão chegando, eu fiz aqui uma conta assim de forma muito tranquila, são 27 que estão chegando, vão tomar posse hoje aqui. Seguramente 14 votos para Rogério Marinho desses 27. O que a urna quis dizer com isso? Que é necessário uma reconexão do Senado da República com a sociedade. Teriam que tem enxergado isso, para evitar que pudesse ter essa situação dentro do senado e expor os colegas como vai ser exposto todo mundo, porque aquele que não quiser mostrar o voto pode parecer dentro do seu Estado, dentro do seu segmento político que ele quis esconder alguma coisa, então isso é outra situação que tem que ser revista pelo senado, vocês mesmos impõe cada vez mais transparência nos programas que vocês fazem chegar até a casa dos brasileiros a que se ter a transparência do voto, para que as pessoas possam e elas gostam e estão acompanhando as nossas atividades, para a gente poder estabelecer melhor essa conexão com senado da República, eu entendo que é hora de renovar é hora de dar oportunidade para outro colega tentar pelo menos empatar ou ser melhor o desempenho que Rodrigo Pacheco teve e que, diga-se de passagem, foi um desempenho equilibrado, um desempenho que fez com que a casa pudesse atravessar todas essas tempestades, está hoje aí pronta para receber os novos eleitos e passar pela eleição da mesa diretora .
Marina Franceschini – Senador a senhor acha que esse racha dentro do PSD fragiliza de alguma forma o partido? E eu queria saber se o senhor tem uma conta de quantos integrantes do PSD devem votar em Rogério Marinho? Porque Rogério Marinho conta com seis dissidências dentro do partido de Rodrigo Pacheco.
Nelsinho Trad – Eu me lembrei quando você fazia a pergunta, eu me lembrei de uma frase célebre de Tancredo Neves, diz que “no silêncio indevassável e secreto da cabine eleitoral dá uma vontade louca de trair”, então aqueles que se acham que estão devidamente consolidados é não precisando nem dos ministros terem saído do palácio do governo para poder votar, podem ter uma surpresa porque os dois candidatos são competitivos isso é evidente, isso demonstra que a gente soube escolher e nós temos uma candidatura alternativa que essa polarização acabou por deixar apagada, mas é um senador competitivo, é um senador querido também todo mundo gosta dele que é o senador Eduardo Girão e pode ,olha só como são as coisa: Com um acirramento das disputas entre Rogério Marinho e Rodrigo Pacheco levar essa eleição para o segundo turno e quem vai decidir vai ser os votos que Eduardo Girão irá ter nesse processo eleitoral.
O racha no partido, ele é saudável, por que partido chama partido? Por que ele muitas vezes se bate, se não chamaria unido, isso é muito isso é muito interessante para democracia e quando eu entrei na liderança no lugar do senador Otto Alencar, com quem tem uma excelente relação e vou ter o prazer de entregar o meu bastão para que ele possa fazer essa corrida nesses próximos dois anos, e eu digo que eu sou privilegiado de ter sucedido Otto Alencar e de tê-lo como meu sucessor, eu digo a você é saudável a divergência na política, o contraponto até para você poder valorizar os colegas que estão de um lado e respeitar aqueles que estão do outro. Agora eu dentro da minha consciência política eu sei muito bem o que eu fiz eu fiz consciente, foi um recado que eu recebi dos meus colegas, todo esse estabelecimento de confronto de queda de braço que em mim viram um Nelsinho mais duro, que não deixou de resistir que não faltou coragem isso quem me deu esse combustível todo foram os próprios colegas do PSD, que dentro do confessionário com o líder falava: vai seja firme e vai até o fim nós estamos com você, então o meu papel eu fiz eu acho que eu vou sair da liderança não com meu quadro lá na galeria de líderes. Mas, vou ser lembrado como um líder que defendeu efetivamente os seus colegas e até para o Rodrigo Pacheco foi bom porque ele acordou, ele viu que precisa dar uma atenção melhor para o seu partido, porque o Rodrigo chegou em nosso partido, nós que recebemos o Rodrigo de braços abertos, ele não foi eleito no nosso partido. Isso vai ser bom, porque ele deverá estabelecer com o nosso partido uma relação efetivamente do PSD, sem ser influído por aqueles que gravitam em volta da cadeira do seu poder.
Cecilia Flesch – Senador, apesar do senhor já ter se mostrado muito convicto eu quero lembrar uma frase aqui que o nosso editor de política, meu colega Gabriel Wainer, me lembrou na manhã de hoje, uma frase do governador Leonel Brizola. Aproveitando a citação que o senhor fez, ele tinha a seguinte máxima muito popular que era: “a política ama traição, mas odeia o traidor”. O senhor se mostra muito convicto com relação à posição que tomou diante do PSD, e o candidato do seu partido para presidência do senado. O senhor não tem nenhum tipo de represália do seu partido caso o Pacheco consiga reeleição mesmo sem o seu apoio?
Nelsinho Trad- Eu penso que isso não cabe não vou vestir essa carapuça é da frase do ex-governador Leonel Brizola, até porque existe uma máxima dentro do PSD de respeito às divergências, isso sempre foi conduzido dentro do partido dessa forma e eu ali dentro, pela coragem que tenho estou representando um segmento do partido que posso lhe assegurar pode ir concretamente de quatro a oito votos dentro do partido, isso vai depender lá da hora de cada um na certeza de que eu estou fazendo é a reprodução exata desses oito, ou sete, ou seis, ou cinco, ou quatro do PSD, que estão desconfortáveis com toda a condução desse processo. O que a gente não pode é deixar de fazer, porque quando você tem uma dúvida para decidir, você pode decidir para o Rodrigo Pacheco ou por Rogério Marinho. Pode decidir e errar, agora a partir do momento que você não decide que você fica quieto, olhando todo mundo passar você já errou, então é muito melhor ter a coragem para você poder fazer um enfrentamento desse sistema e se estabelecer com credibilidade perante aos seus eleitores e a sociedade brasileira e até mesmo aqui dentro da casa. Eu quero dizer outra coisa essa nossa posição aqui, não tem nada a ver em relação à questão da condução da condução da governabilidade do governo. O governo se você quiser prestar uma atenção, ele tem uma torcida para o Rodrigo Pacheco, mas a presença de Rogério Marinho absolutamente não vai fazer com que haja ninguém derrotado por parte de governo ou por parte de outro que está na oposição. Rogério Marinho é “Senado Futebol Clube”, devolver aos senadores e ao senado o protagonismo de admiração que a sociedade brasileira sempre teve para com essa casa, e que infelizmente se deteriorou nesses últimos tempos.
A entrevista terminou com a Jornalista e apresentadora Cecilia Flesch agradecendo e desejando um bom dia de trabalho a Senador Nelsinho Trad, que por sua vez agradeceu a equipe de reportagem por ouvir os lados e dar o direito do contraditório.