Economia

Setor de serviços registra queda e fica cada vez mais distante do nível pré-pandemia

Segundo Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do ISAE/FGV, os segmentos relacionados ao convívio e contato serão os últimos a sair da crise.

O volume de serviços prestados no Brasil teve quedas recordes durante a pandemia, com perdas generalizadas em todas as atividades. Segundo o Índice de Confiança de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas, o setor começou 2021 recuando mais 0,7 ponto, se distanciando ainda mais do nível pré-pandemia. Os serviços prestados às famílias são os que mais registraram queda, 25,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.

“A pandemia revelou que o setor de serviços é o mais sensível ao isolamento social, e dentro dele alguns segmentos mais ainda, como o do entretenimento. Embora seja possível oferecer algumas alternativas à distância, no ambiente online, são apenas paliativos”, conta Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do ISAE/FGV. O especialista aponta também o segmento dos cuidados pessoais, como salões de beleza e barbearias, como um dos mais prejudicados. “Infelizmente os segmentos relacionados ao convívio e contato serão os últimos a sair da crise”, afirma.

Mesmo com os baixos índices, alguns setores foram capazes de se adaptar e fugir da crise, como o da educação. “O ensino online e à distância já existia em diversas instituições, mesmo que embrionariamente, o que facilitou a inovação do setor”, explica. Atividades como coleta de lixo, rede de esgoto e serviços financeiros auxiliares, por exemplo, já se firmaram e, hoje, encontram-se 1,6% acima do patamar de fevereiro. “As demais áreas de serviços precisam da superação definitiva da questão de saúde. Elas respiraram nos meses que houve afrouxamento do isolamento, mas voltaram a ter novas quedas com o fim e início de ano. O que nos resta é esperar o avanço mais rápido possível do ritmo de vacinação”, complementa Robson Gonçalves.