Pesquisa do Sebrae mostra que no Estado, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo de postos de trabalho em 2020.
Apesar dos impactos da pandemia de Covid-19 na economia, as micro e pequenas empresas (MPE) de Mato Grosso do Sul encerraram 2020 de forma positiva: entre demissões e contratações, elas foram as responsáveis pelo saldo de 12.267 novas vagas de trabalho no ano passado. É o que aponta um estudo do divulgado na última terça-feira (02) pelo Sebrae, a partir de dados consolidados do Ministério da Economia.
No ranking nacional, MS ocupa a 11ª posição na criação de postos de trabalho pelas MPE, considerando o resultado acumulado do ano passado. No Estado, os setores com maior saldo positivo de empregos gerados pelos pequenos negócios em 2020 foram, respectivamente, Serviços; Comércio; Indústria e Construção Civil. Para o economista e diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, o resultado demonstra a capacidade das MPE em se recuperar rapidamente, mesmo em um cenário de crise.
“Os pequenos negócios têm sido o suporte da economia. Eles possuem uma facilidade maior em uma crise de reposicionamento em comparação às Médias e Grandes Empresas, já que a facilidade de abrir um pequeno negócio é muito superior do que um empreendimento de médio e grande porte. Há uma perspectiva otimista em cima do posicionamento dos negócios, de que a economia precisa fortalecer a retomada, e a melhor forma de fazer isso é aumentando o emprego”, destaca.
Ainda segundo Estanqueiro, políticas como o auxílio emergencial – benefício concedido pelo Governo Federal para trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, em razão da pandemia – estimularam a retomada. Conforme divulgado pelo Governo do Estado, a medida injetou quase R$ 3 bilhões na economia sul-mato-grossense em 2020. “Um dos fatores que explicam o saldo positivo é o auxílio emergencial. Além disso, há setores que estão absorvendo a retomada”, analisa.
Por fim, o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, cita que o início da campanha nacional de vacinação, assim como a incorporação das medidas de biossegurança ao longo do ano passado, colaboram para fortalecer a retomada da economia em 2021. “Sou otimista, temos tudo para a retomada da economia, temos a vacinação e a adoção dos outros cuidados de biossegurança para o funcionamento seguro das empresas. Foi um resultado bom em 2020, importante avaliarmos como serão os próximos dois meses”, finaliza.
Brasil
As MPE, em 2020, conseguiram reverter a perda de postos de trabalho provocada pela pandemia. Depois de acumular um saldo negativo, entre s meses de março e junho, os pequenos negócios se recuperaram e fecharam o ano com a geração de 293,2 mil novos empregos.
Já as médias e grandes empresas (MGE) foram na contramão, extinguindo 193,6 mil postos de trabalho. Considerando ainda a extinção de 5.123 vagas na administração pública, no cálculo geral, as pequenas empresas foram as responsáveis pelo saldo final positivo de 142,7 mil empregos no país – evitando que o desemprego atingisse um número ainda maior de trabalhadores.
Segmentos de atividade
No país, os pequenos negócios da Construção Civil fecharam 2020 com o maior saldo de empregos gerados: 136,5 mil empregos, 46,6% do total de empregos gerados por todas as MPE no ano. A Construção foi acompanhada pelo setor de Serviços, responsáveis pela criação de quase 51 mil vagas, no ano passado. Já as micro e pequenas empresas da Indústria de Transformação também fecharam 2020 com saldo positivo de empregos: 44,5 mil postos.
Em todos os setores, as MPE criaram postos de trabalho em 2020, diferentemente das MGE que só registraram saldo positivo de empregos na Indústria de Transformação e no Extrativismo Mineral.