O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira em entrevista à CNN Brasil que “é bem provável” que a vacinação contra Covid-19 no país comece entre janeiro e fevereiro, caso as candidatas a vacina da Pfizer, da AstraZeneca e da Sinovac, que está sendo testada pelo Instituto Butantan, obtenham registro emergencial.
“Se esse registro chegar para nós em janeiro, nós já teremos doses da Pfizer, doses da AstraZeneca entregues. Se o Butantan já tiver registro, teremos Butantan também. Os quantitativos dependem da entrega”, disse o ministro à emissora.
“O que tem de previsão? Quinze milhões da AstraZeneca e temos a previsão de 500 mil doses iniciais da Pfizer para janeiro. Com relação ao Butantan, eu ainda não tenho o número de disponibilidade para janeiro. Se nós observarmos isso, é bem provável que entre janeiro e fevereiro nós estejamos vacinando a população brasileira”, acrescentou ele.
Durante a reunião com ministros na tarde desta terça-feira (08), Pazuello não explicou objetivamente um cenário em que haveria o “registro emergencial”. O ministro, no entanto, falou em um prazo de 60 dias para a Anvisa certificar qualquer dos imunizantes, fato que preocupou todos os governadores
Horas depois do encontro com os governadores, Pazuello chamou para o ministério a responsabilidade de comandar o plano de vacinação no país.
“Compete ao Ministério da Saúde realizar o planejamento e a vacinação em todo o Brasil. Por isso que o programa nacional de imunização é um programa do Ministério da Saúde. Não podemos dividir o Brasil no momento difícil em que todos nós passamos essas dificuldades”, afirmou o ministro, criticado justamente pela falta de clareza na condução do processo.
Bate-boca com Doria
No início dessa semana, João Doria (PSDB), governador de São Paulo, anunciou o início da vacinação no Estado para o dia 25 de janeiro. O tucano estima que os resultados da fase 3 estejam prontos até o dia 15. Durante a reunião, o governador questionou Pazuello se o governo federal favorecia as duas marcas ocidentais [Oxford e Pfizer] por uma questão política ou ideológica.
Pazuello então não respondeu diretamente, mas questionou Doria, que apontou o investimento federal em imunizantes que não têm aprovação da Anvisa ainda, tal como a Coronovac e lembrou que não houve verba de Brasília investida no Instituto Butantan.
Doria ouviu do ministro que “acelerar é justo”, mas que não se pode abrir mão de “segurança e eficácia” e negou qualquer tipo de rixa com o Butantan.