Internacional

Eleições nos EUA: “Cala a boca”, “seu filho usou cocaína” e “cãozinho de Putin” – o que rolou no primeiro debate

O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi quente, com diversas interrupções e acusações pesadas.

O primeiro ponto discutido foi a indicação de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para a Suprema Corte depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que tem esse direito pois os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”.

Em 2016, o juiz conservador Antonin Scalia morreu faltando 269 dias para as eleições presidenciais. O líder da maioria do Senado, o republicano Mitch McConnell, bloqueou a votação do indicado de Barack Obama dizendo que a escolha não deveria ser feita durante um ano eleitoral.

Sobre o sistema de saúde, o candidato democrata falou que o presidente quis acabar com o Obamacare, programa legislativo de reforma na Saúde implementado pela administração Obama em março de 2010 – entrou em vigor plenamente a partir de 1 de janeiro de 2014 – para garantir que todos os norte-americanos tivessem acesso a um seguro de saúde.

O âncora do debate, Chris Wallace (da Fox News), teve que interromper várias vezes os dois candidatos pois as discussões estavam impossíveis de serem entendidas pelo público. No formato norte-americano de debate, os candidatos podem falar ao mesmo tempo, trocando farpas etc. Biden chegou ao extremo e mandou Trump “calar a boca”.

Trump classificou o Obamacare como um “desastre” e acusou Biden de “seguir Bernie Sanders e socializar a saúde nos EUA”. Já o ex-vice de Obama disse que Trump “não tem plano nenhum para a saúde”.

Covid-19

O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são o país mais atingido pela pandemia – são 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos.

O âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo que Trump “não tem um plano para essa tragédia”.

Já Trump começou sua resposta atacando a China – “deveriam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA.

Trump até caçoou do uso de máscara por Biden. “Eu uso quando necessário. Ele, não. Em todo lugar ele aparece usando, tendo distância das pessoas. Não é para isso tudo”, criticou o presidente.

Sobre vacina, Trump disse que está em reuniões com laboratórios e que tem previsão para o medicamento ficar pronto neste ano. Biden rebateu e falou que a distribuição do remédio é uma operação complexa e que a vacinação deve ocorrer apenas no ano que vem.

Recuperação econômica

Trump elogiou sua política econômica e falou que a recuperação seria ainda mais rápida caso não tivesse fechado o comércio, como defendeu Biden.

Biden lembrou que Trump pode ser o presidente que vai deixar o país com menos emprego do que quando assumiu. “Os mais atingidos pela pandemia e pelo desemprego são os mais pobres e esquecidos por Trump. Ele não fez nada pelas pequenas empresas”, criticou.

Polêmica dos impostos

Questionado pelo âncora se pagou 750 dólares em imposto de renda em 2016 e 2017, de acordo com denúncia apresentada pelo jornal New York Times,, o presidente deu voltas, falou que “pagou milhões de dólares”, mas não apresentou provas.

Biden garantiu que irá “eliminar os cortes de impostos para os ricos, como Trump fez” e vai dar atenção aos mais pobres do país. O republicano não ficou calado: “Fiz mais em 47 meses do que você em 47 anos como senador”.

 

De: Yahoo, foto: divulgação