A associação que representa os funcionários do Banco Mundial apresentou ao Comitê de Ética do Banco uma carta pedindo a suspensão da nomeação do ex-ministro da educação, Abraham Weintraub. A carta pede uma investigação sobre o ministro, devido a falas preconceituosas do então ministro a China, além da investigação que corre no STF no inquérito das fake news.
A carta diz: “”O Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do Conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o Comitê de Ética compartilhe dessa visão e faremos tudo ao alcance para aplicá-la”.
O e-mail com o pedido foi enviado a todos os colaboradores do banco nesta quarta-feira ( 24 ).
A carta cita as polêmicas do ex-ministro com a China: “ de acordo com múltiplas fontes, o senhor Weintraub publicou um tuíte de carga racial, ridicularizando o sotaque chinês e culpando a China pela covid-19, e acusando os chineses de ‘dominação mundial’; levando a Suprema Corte a abrir uma investigação por crime de racismo”.
“Solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os fatos subjacentes às múltiplas alegações, com intenção de (a) colocar sua indicação em espera até que essas alegações possam ser revisadas e (b) garantir que o Sr. Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado é totalmente inaceitável nesta instituição”.
O ex-ministro foi indicado pelo Ministério da Economia para assumir o cargo na diretoria executiva que representa o Brasil e mais oito países no Banco, e sua nomeação depende de eleição interna do grupo. Porém, o Brasil detém mais de 50% do poder de voto, sugerindo que o país pode nomear alguém sem dificuldades.
Weintraub foi cotado para assumir a vaga, indicado pelo Ministério da Economia, após várias polemicas a frente do Ministério da Educação. Em Abril, o ex-ministro divulgou em suas redes sociais post sugerindo que a China teria se beneficiado da pandemia do novo coronavírus, causando mal estar diplomático com o principal parceiro comercial do Brasil.
*Com informações do Estadão
*Foto: Cristiano Mariz/VEJA