Jamil Name Filho é sentenciado a 23 anos e 6 meses de reclusão pelo homicídio de Matheus Coutinho, ocorrido em abril de 2019 no lugar de seu pai, Paulo Xavier, também conhecido como PX. Jamil Name Filho foi condenado por ser apontado como o mandante do crime. O julgamento, considerado o mais extenso da história de Mato Grosso do Sul, foi concluído na noite desta quarta-feira (19), após três dias de sessões em Campo Grande.
Os demais acusados, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, receberam penas de 21 anos e 6 meses, e 23 anos, respectivamente. Ambos foram apontados como os responsáveis por planejar a execução.
Depois de mais de 1 hora de deliberação, o Conselho de Sentença condenou Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelos crimes de homicídio qualificado, com duas agravantes – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima – e posse ou porte ilegal de arma de fogo. Os réus foram absolvidos da acusação de receptação.
A condenação de cada réu ficou assim:
Jamil Name Filho – Total de 23 anos, sendo 20 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e seis meses de reclusão, além do pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo e absolvido da acusação de receptação.
Marcelo Rios – Total de 23 anos e pagamento de 120 dias-multa, sendo 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; um ano e seis meses de reclusão, mais o pagamento de 60 dias-multa por receptação do veículo roubado utilizado no crime; três anos e seis meses, além do pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo.
Vladenilson Olmedo – Total de 21 anos, sendo 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e 6 meses de reclusão por posse ou porte ilegal de arma de fogo, mais 60 dias-multa.
Assim, somando condenações anteriores, Jamil Name Filho acumula uma pena total de 46 anos e 2 meses de prisão. Ele retorna agora ao presídio federal de Mossoró, Rio Grande do Norte, para cumprir o total de suas penas.
O julgamento, iniciado na segunda-feira (17), encerra o caso que ocorreu em 9 de abril de 2019, quando Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’, pai de Coutinho, foi o alvo do crime.
Essa foi a primeira vez que Name Filho enfrentou o banco dos réus, e ele deverá enfrentar em breve outro julgamento pelo assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, também conhecido como ‘Playboy da Mansão’. No entanto, a data do julgamento pela morte de Marcel ainda não foi marcada.
A Promotoria ressaltou o poder do acusado no início dos debates nesta quarta-feira (19), mencionando a influência da família e sua riqueza em Mato Grosso do Sul.
A mãe de Matheus Coutinho, Cristiane Almeida, emocionou-se ao mostrar um vídeo de seu filho, que estudava Direito na mesma faculdade que o filho de Jamil Name. Ela lembrou de Matheus como um aluno brilhante que sonhava em se tornar promotor, mas foi vítima dessa tragédia.
As investigações apontaram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier, que já havia prestado serviços para a família Name e também atuava como policial militar. O motivo teria sido o abandono do grupo criminoso por parte de PX, que passou a trabalhar para um advogado em prejuízo financeiro para a família Name. A partir daí, a trama para a execução de Paulo Xavier foi colocada em prática, contando com a participação de homens de confiança da família Name, como Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo.