Coordenado pelo ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), o projeto que busca fórmulas alternativas para a produção de álcool em gel sem a necessidade do espessante cabopol, uma das matérias primas do produto e que se encontra em falta no mercado, já avançou. Em apenas um mês, os pesquisadores conseguiram elencar oito novos espessantes que podem substituir o uso do carbopol e, agora, o desafio agora é comprovar a eficácia desses espessantes.
O projeto, que foi aprovado dentro do Edital de Inovação para a Indústria na categoria “Missão Contra Covid-19”, receberá investimentos de R$ 2,6 milhões, financiados pelo Senai Nacional, Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), tem o apoio do ISI Biossintéticos e Fibras (Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras), localizado no Rio de Janeiro (RJ), e do ISI Polímeros (Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros), que fica em São Leopoldo (RS), e é realizado em parceria com empresas universidades.
Segundo a engenheira de bioprocessos e biotecnologia do ISI Biomassa, Jéssica Carolina Medina Gallardo, uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto, os oito espessantes não se tratam de uma descoberta, pois já são utilizados na produção de outros produtos, como cosméticos, mas ainda não foram usados para a produção de álcool em gel. “Nós analisamos as características e já fizemos os testes para encontrar a fórmula adequada para que fosse possível produzir o álcool em gel com todas as suas características de viscosidade, sem ser muito líquido nem muito sólido”, detalhou.
Jéssica Gallaerdo acrescenta que a equipe de pesquisadores já conseguiu chegar a algumas fórmulas e agora o ISI Biomassa, que conta com toda a estrutura necessária, realizará as validações microbiológicas. “Isso quer dizer que iremos analisar se essas fórmulas conseguem eliminar as bactérias e, consequentemente, o novo coronavírus”, explicou, completando que também está sendo formatada uma plataforma com todos os fornecedores desses insumos para que as empresas interessadas em produzir álcool em gel a partir das novas formulações saibam onde encontrá-los.
“A vantagem desse trabalho ser realizado em rede é que como temos parceria com o ISI Polímeros e o ISI Biossintéticos e Fibras, conseguimos insumos e fornecedores em três regiões diferentes do País, tornando essas novas fórmulas mais acessíveis a quem quiser utilizar”, comentou a engenheira de bioprocessos e biotecnologia do ISI Biomassa, acrescentando que, além da validação microbiológica para atestar a eficácia das novas fórmulas de álcool em gel, também faltam os estudos de viabilidade financeira. “É possível que consigamos chegar a fórmulas que produzam um álcool em gel de melhor qualidade, dependendo do espessante, mas não sabemos se isso será viável economicamente. O nosso objetivo no momento é encontrar o máximo possível de fórmulas para a produção de álcool em gel sem a necessidade de uso do carbopol para que a gente utilize no combate à Covid-19”, finalizou.