Política

Lula recebeu Cristiano Zanin no Palácio do Planalto, informando ao Senado que a indicação para o STF será anunciada em breve.

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, teve um encontro na noite de quarta-feira (31) com o advogado Cristiano Zanin no Palácio do Planalto, durante o qual ele comunicou aos seus aliados que indicará Zanin para a vaga disponível no Supremo Tribunal Federal (STF). Lula pessoalmente informou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que a indicação será feita nas próximas horas.

Na quinta-feira (1º), Lula terá uma reunião com Alcolumbre no Palácio do Planalto. Senadores da base afirmam que a sabatina poderá ocorrer na próxima semana.

É importante ressaltar que o encontro entre Lula e Zanin não constava na agenda oficial do presidente. O advogado chegou ao Planalto à noite, depois de Lula ter concluído seus compromissos do dia. A última atividade do presidente foi uma reunião com ministros do palácio, na qual discutiram a votação da medida provisória sobre a reestruturação da Esplanada dos Ministérios.

Lula já havia indicado que a nomeação de Zanin aconteceria esta semana. Ele compartilhou essa informação com o ministro Alexandre de Moraes durante um almoço e, posteriormente, transmitiu aos aliados durante um churrasco no Palácio da Alvorada na sexta-feira (26).

Uma das preocupações do governo é evitar que o presidente seja responsabilizado por um eventual empate no STF em julgamentos sensíveis, como é o caso do marco temporal, cuja retomada está prevista para o dia 7 de junho.

Zanin será indicado para ocupar a vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou. Desde a saída de Lewandowski, no início de abril, o Supremo está com apenas 10 membros em vez de 11.

Os líderes do Senado tranquilizaram o presidente, afirmando que o nome de Zanin deverá ser aprovado sem grandes dificuldades. Alcolumbre também indicou que não repetirá o que foi feito com Jair Bolsonaro (PL), quando segurou a sabatina do ministro André Mendonça na CCJ por cinco meses.

Após a indicação, o nome de Zanin precisará passar pela sabatina e ser aprovado pela CCJ do Senado e, em seguida, pelo plenário da Casa.

“Mesmo no caso do André Mendonça, eu sempre disse: é uma prerrogativa do presidente da República indicar um ministro do Supremo. A menos que seja uma aberração, não vejo motivo para adiar ou atrasar”, afirmou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), nesta terça-feira (30).

Cristiano Zanin atuou como advogado de defesa de Lula durante a Operação Lava Jato e estabeleceu uma relação mais próxima com o presidente quando esteve preso, conquistando sua confiança tanto do ponto de vista técnico quanto profissional. Além disso, Zanin já tinha uma relação familiar com Lula, já que é casado com Valeska Zanin, afilhada do presidente e com quem tem uma relação de décadas.