O dólar opera em alta nesta terça-feira (22), enquanto investidores aguardam a possível formalização da PEC da Transição nesta semana.
Às 10h55, a moeda norte-americana subia 0,31%, cotada a R$ 5,3264.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 1,18%, vendida a R$ 5,3101. Com o resultado, acumula alta de 2,8% frente ao real no mês. No ano, tem queda de 4,75%.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário internacional, a atenção se volta para a divulgação da ata da reunião de novembro do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) nesta quarta-feira (23), depois que algumas autoridades do banco central reiteraram o compromisso de continuar com o aperto da política monetária até que a inflação esteja sob controle.
A maior preocupação do mercado segue sendo a inflação, sobretudo nos países desenvolvidos. James Bullard, dirigente do Fed de St. Louis, afirmou na semana passada acreditar que as taxas de juros nos Estados Unidos precisam subir, pelo menos, a um nível entre 5% e 5,25% ao ano para conter o avanço dos preços.
Enquanto isso, os surtos de Covid-19 na China aumentavam as preocupações sobre uma possível desaceleração de seu crescimento.
O Banco Inter citou em nota “cautela de investidores à medida que os casos de Covid-19 aumentam e novos lockdowns vão sendo impostos na China”, bem como desconforto dos mercados com sinalizações mais duras contra a inflação de autoridades do banco central dos Estados Unidos.
No cenário local, investidores se mantêm atentos aos próximos passos em relação à PEC da Transição, em meio à incerteza sobre a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo.
Maciel Vicente, consultor de câmbio da iHUB Investimentos, disse à Reuters que as negociações do mercado de câmbio doméstico devem permanecer voláteis enquanto durarem as negociações da PEC da Transição e o processo de escolha das equipes ministeriais oficiais de Lula.
Ainda assim, ele avaliou que, salvo um acontecimento “extraordinário” que assuste os mercados durante o processo de transição, o real deve eventualmente retomar a tendência de enfraquecimento que apresentou durante boa parte de 2022, em meio a fundamentos econômicos mais atraentes do que o de vários de seus pares emergentes.
Vicente espera que o dólar oscile numa faixa entre R$ 5,10 e R$ 5,30 ao longo dos próximos dois a três meses, mas recue num longo prazo –em cerca de 12 meses– para intervalo de R$ 4,90 a R$ 5,10.