O dólar fechou em queda nesta terça-feira (26), à medida que a força das commodities por expectativas melhores sobre a China deu fôlego à divisa brasileira e amorteceu pressões relacionadas à alta de juros nos EUA.
A moeda norte-americana recuou 0,38%, vendida a R$ 5,3492.
No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 2,33%, vendida a R$ 5,3697. Com o resultado desta terça, acumula alta de 2,23% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 4,05%.
O que está mexendo com os mercados?
Os ganhos ocorreram logo no começo do pregão, e posteriormente a moeda entrou em enfraquecimento, na esteira de nova valorização das matérias-primas. O minério de ferro – um dos principais componentes da pauta de exportação do Brasil e que tem a China como seu principal destino – bateu uma máxima em duas semanas.
O país asiático tem produzido notícias mais alentadoras nos últimos dias no campo econômico, alimentando expectativas de aumento de demanda por produtos básicos exportados pelo Brasil.
A reunião de política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA) deve elevar novamente os juros em pelo menos 0,75 ponto e sinalizar os próximos passos do banco central americano para conter a inflação. O Fed iniciou a sua reunião de política monetária de dois dias nesta terça-feira. A decisão, portanto, será anunciada na quarta (27).
Muitos operadores questionam se a desaceleração do crescimento poderia levar o Fed a desviar o foco da inflação e sinalizar um ritmo mais lento de aumento dos juros à frente.
No cenário doméstico, o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do país – ficou em 0,13% em julho, abaixo da taxa de 0,69% registrada em junho. Trata-se da menor variação do indicador desde junho de 2020, quando ficou em 0,02%.
Permanecem no radar de investidores temores sobre a credibilidade do Brasil, que foi abalada recentemente por uma emenda constitucional que amplia e cria uma série de benefícios sociais, prevendo despesas fora do teto de gastos a apenas alguns meses das eleições presidenciais.