“Foi atingido em seu Calcanhar de Aquiles!” Quem nunca ouviu essa expressão popular? Já parou para pensar no significado dela? Pois bem, o Calcanhar de Aquiles simboliza o ponto fraco de alguém. Transmite a ideia de fraqueza e vulnerabilidade. Mas você sabe de onde saiu essa expressão?
De acordo com o médico ortopedista e especialista em pés e tornozelos, Caio Augustus, o tendão de Aquiles é o maior e mais forte do corpo. São as faixas resistentes de tecido fibroso que ligam os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar. Quando esses músculos são flexionados, o tendão de Aquiles puxa o calcanhar. Esse é o movimento que nos permite ficar na ponta dos pés em movimentos de caminhadas, corridas ou saltos.
A mitologia grega nos diz que Aquiles morreu com uma flecha envenenada que o atingiu exatamente em seu ponto “fraco”, o calcanhar. Mas deixando a Mitologia de lado, voltemos aos fatos reais.
De acordo com o especialista, a tendinite insercional do Aquiles é uma degeneração das fibras do tendão que leva esse nome. “Essa degeneração causa dor de início gradual que pode ser percebida apenas após atividades físicas, a princípio, tendo piora progressiva”.
Os principais sintomas, segundo o médico, são dor e inchaço na parte superior do osso do calcanhar, sem lesão específica. Essa dor pode ser maior com saltos e corridas, especialmente em práticas esportivas que requerem curtos espaços de tempo dessas atividades.
A sensibilidade ocorre na parte superior do osso do calcanhar que se torna mais proeminente, sendo doloroso posicionar o tornozelo acima de uma posição de 90 graus.
Nesse caso, o tratamento não cirúrgico consiste na utilização de medicamentos antiinflamatórios, fisioterapia e substituição de calçados. Caso não haja uma resposta positiva para esse tratamento, a cirurgia é imprescindível.
Esse foi o caso da professora Amélia Luísa Alves de Almeida, 55 anos. No dia 1º de março ela foi submetida a uma cirurgia de síndrome de Haglund, popularmente conhecida como esporão. A cirurgia é feita no calcanho e consiste em serrar uma ponta de osso que vai ser formando no calcanhar. “O pós operatório é bem rigoroso. A gente não pode apoiar o pé no chão por seis semanas”, explicou. De acordo com ela também há a necessidade de utilização de uma bota específica e muletas. “Hoje sigo fazendo fisioterapia para o alongamento e fortalecimento. Já estou bem melhor”, afirmou.
Para o médico especialista, o melhor remédio para evitar esse tipo de situação é prevenir. “Temos que manter os tendões alongados, fortalecidos, praticar atividade física sempre acompanhados de um profissional da área e, se possível, passar por avaliação médica para saber como está a saúde dos tendões e tentar minimizar a chance de sofrer com alguma inflamação tendínea”, concluiu.
