Outros

Parceria entre USP e startup cria máquina para coletar óleo de cozinha usado

Material recolhido será transformado em biodiesel; objetivo da iniciativa é incentivar a reciclagem da população.

Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, em parceria com a startup Óleoponto, desenvolveram um equipamento para auxiliar na coleta do óleo de cozinha usado. O objetivo é incentivar a reciclagem, já que o óleo recolhido será transformado em biodiesel.

O óleo descartado irregularmente é tão prejudicial à natureza que apenas um litro pode contaminar 25 mil litros de água, causando descontrole do oxigênio e a morte de peixes.

A ideia de criar o equipamento teve início em 2018, mas somente agora, em 2021, eles atingiram o resultado esperado. A expectativa é recolher 800 litros de óleo usado por mês. “Aqui a gente vê uma oportunidade incrível de gerar um impacto na sociedade através do retorno financeiro, até impacto com alunos de como executar o projeto e colocar em prática o que recebemos da universidade”, relatou o estudante Fabio Rodrigues.

O professor de engenharia mecânica da USP, Oscar Rodriguez, explicou que em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, a maior parte do biodiesel é feita do óleo descartado, que chega a mais de 10%, enquanto no Brasil utiliza-se apenas 2%.

“A gente precisa aprender a reaproveitar esse óleo de soja para a produção do biodiesel, que depois é misturado para a produção desse combustível superior”, disse.

Processo
O óleo usado é colocado dentro da máquina e, depois de alguns minutos, o recipiente é devolvido ao doador. Uma tela inserida no equipamento mostra a quantidade de óleo despejada e qual foi a contribuição doador para a natureza.

O material coletado pelo equipamento é levado para uma empresa especializada para que seja transformado em biocombustível menos poluente. Ele poderá ser usado como complemento do diesel em caminhões e caminhonetes.

Com os testes finalizados, o objetivo é levar a máquina para perto da população e instalá-la em um supermercado. Segundo o empresário da startup Óleoponto, Zadrik Mendonça, o grupo estuda dar uma recompensa para quem descartar o resíduo no equipamento.

“Muitas das vezes as pessoas não têm incentivo e não sabem como descartar. A máquina vai reconhecer esse óleo e vai gerar uma pontuação para o doador. Essa pontuação será trocada por descontos ou por produtos nos supermercados ou empresas parceiras”, explicou.

*Com informações do G1 São Carlos e Araraquara.