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Novo auxílio emergencial: o que fazer com R$ 150 pagos pelo Governo Federal?

Segundo educadora financeira, as famílias que receberão as parcelas precisam focar em despesas de consumo básicos; valor mínimo garante menos de 1/4 da cesta básica nas principais cidades do Brasil.

O que fazer com o novo auxílio emergencial que está programado para começar a ser pago pelo Governo Federal nas primeiras semanas do mês de abril? O valor médio dessa rodada é de R$ 250, mas pode variar de R$ 150 a R$ 375 dependendo da composição de cada família – até 75% menor se comparado ao valor do benefício liberado no ano passado (R$ 600 pagos no início do programa). Com tão pouco no bolso, a dúvida sobre o destino do benefício certamente fará parte do cotidiano da maioria dos mais de 45 milhões de brasileiros aptos a receberem a ajuda: o que fazer com o dinheiro?

Destinar para a compra de alimentos básicos seria a melhor opção? As famílias que vão receber apenas R$ 150 poderão comprar cerca de 1/4 da cesta básica nas principais capitais do país. De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor garante 23% da cesta básica em São Paulo, cerca de 29% em Belém e 31%, em Salvador.

Na avaliação da educadora financeira Veridiana Lopes, especialista em planejamento financeiro pessoal e criadora do Economia Diária, o mais recomendado é que as famílias aptas a receberem façam um planejamento com antecedência para que fique mais claro o uso do benefício. “Com o auxílio emergencial, as famílias de menor renda precisam focar em despesas de consumo básicos, além de adotarem maior rigor na organização do orçamento doméstico. É preciso cortar o máximo de custos e priorizar o mínimo de sobrevivência”, avalia a especialista.

Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas alcançou 66,7% em fevereiro de 2021, uma alta de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 1,6 ponto em comparação a fevereiro do ano passado. Com o terceiro aumento seguido, o endividamento no Brasil alcançou a maior proporção desde outubro de 2020.

Por isso, Veridiana Lopes orienta que as famílias que puderem separar parte do benefício podem utilizar para cobrir custos relacionados à manutenção do domicílio como, por exemplo, aluguel, luz elétrica ou água. “Principalmente contas atrasadas que estão atreladas a algum consumo básico ou bem, por exemplo”, aponta a educadora financeira.

Renda extra

Uma das formas de colocar as contas em dia, segundo a especialista, é buscar uma fonte de renda extra. “Caso a pessoa não tenha aquele valor total para quitar a dívida, o ideal é buscar uma fonte de renda extra como, por exemplo, presentes personalizados, serviços, aulas particulares ou venda de doces. Há infinitas opções para levantar capital e, assim, iniciar as negociações com os credores”, ressalta Veridiana Lopes.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil